terça-feira, 16 de setembro de 2008

BAIRROS DO RIO

Lagoa
A lagoa Rodrigo de Freitas era chamada pelos índios de Sacopenapã, "caminho de socós", em virtude das aves semelhantes às garças que se alimentavam de peixes nela muito abundantes, denominação que posteriormente foi deturpada para Sacopã. Os primeiros registros sobre a Lagoa são de 1575, quando o Governador Antônio Salema instalou o Engenho d'El Rey, de cana de açúcar, em suas margens. Em fins do século XVI, a lagoa chamava-se Amorim Soares, já nos começos do século XVII passava para Fagundes Varela, e, em 1660, para Rodrigo de Freitas, nomes dos proprietários do engenho que se sucederam.Em 1809, logo depois da chegada da Cõrte Portuguesa, o Príncipe Regente, para construir a fábrica de pólvora e a fundição de peças de artilharia fora dos limites da cidade, desapropriou as terras que pertenceram a Rodrigo de Freitas. Em 1920, o engenheiro carioca Carios César de Oliveira Sampaio assumiu a Prefeitura do então Distrito Federal, executando o saneamento e o embelezamento da Lagoa Rodrigo de Freitas, a abertura da Avenida Epitácio Pessoa e a construção do canal da barra, ou seja, o de comunicação da lagoa com o mar, que aparece ao fundo na parte central das imagens, atual canal do Jardim de Alah, e que separa f isicamente os bairros de Ipanema e do Leblon. A construção da Avenida Epitácio Pessoa, que circunda a Lagoa pelo lado de Ipanema, deve-se ao Prefeito Carlos Sampaio, que em 1920 tomou a iniciativa pela sua abertura com as expressivas dimensões para a época; 30 metros de largura, composta de duas pistas de 7 metros cada, separadas por um canteiro central de 8 metros de largura.
Pão de Açucar
O nome Pão de Açucar é originário da semelhança com a forma cônica de uma peça que era usada para solidificação do melaço da cana de açúcar.O primeiro trecho do caminho aéreo do Pão de Açúcar foi inaugurado em 1912, partindo da Praia Vermelha até o Morro da Urca. O segundo, iniciando no alto da Urca e chegando ao cume do Pão de Açúcar, com seus 390 metros de altura, começou a funcionar em 1913.
Praia de São Conrado
A Praia de São Conrado, antiga Praia da Gãvea nome dado pelos portugueses, que associaram a uma gávea de veleir antigo, vista do mar, a majestosa pedra de 840 m que domina toda a região. Durante séculos, a área pertenceu à família de Salvador Correia de Sã e Benevides, neto do primeiro capitão-mor do Rio de Janeiro. As terras lhe foram doadas pelo rei de Portugal, como recompensa pela bravura na defesa da costa brasileira e por ter conduzido de Recife a Lisboa uma esquadra de 30 navios a salvo dos ataques holandeses. As primeiras referências àquela área são do século XVII, quando os herdeiros de Correia de Sã iniciaram ali o cultivo da cana de açúcar, num local conhecido como Morgadio do Asseca, cuja sede foi preservada e hoje abriga a Vila Riso. No III Império, uma boa parte das terras era de propriedade do senador José Pedro Dias de Carvalho que, mais tarde, foram adquiridas pelo conselheiro Antônio Ferreíra Viana, ministro da Justiça de D. Pedro II. Com a abertura da Avenida Niemeyer e a inauguração da Igreja de São Conrado, que deu origem ao atual nome do local, em 1916, obras financiadas pelo Comendador Conrado Jacob Niemeyer, foi que a área acabou definitivamente integrada à cidade. Em 1921, um grupo de americanos, ingleses e brasileiros adquiriram dos herdeiros de Ferréíra Viária, Ministro da Justiça de D. Pedro II, que possuia uma extensa área de fazenda de cana de açúcar em São Conrado, os terrenos para a instalação do Gávea Country Club, mais tarde Gávea Golf.
Niemayer
Em 1891, no Governo de Deodoro, a Companhia Viação Férrea Sapucahy, obteve essão para construir uma estrada de ferro, ligando pelo litoral, Botafogo a Angra dos Reis, com 193 km de extensão. Trechos da estrada já estavam prontos quando as obras foram impugnadas, fazendo com que a Sapucahy abandonasse definitivamente o projeto. Por volta de 1912, o diretor do Colégio Anglo- Brasileiro, Charies Armstrong, que ficava no Vidigal, para tornar o caminho mais acessível ao seu estabelecimento, construiu 1 km de estrada, aproveitando o leito abandonado da ferrovia. A aprazível Avenida Niemeyer, deve-se ao Comendador Conrado Jacob Niemeyer, proprietário de terras nas redondezas, que doou a avenida à cidade, em 1916, concluindo as obras projetadas por Paulo de Frontin, ligando definitivamente o final do lebion à Praia de São Conrado, antigo nome da Praia da Gávea.
Canal do Mangue
Antes de sua construção existia um enorme pântano no local, próximo à Cidade Nova que era um foco permanente de doenças devido ao ambiente propício... O local foi então aterrado e construiu-se um canal e uma ponte sobre o mangue para facilitar a passagem do Rei e de sua comitiva no trajeto da Quinta de São Cristovão para o Paço da cidade. Em 1857, foi inaugurado a obra que tornou-se a primeira obra de saneamento do Rio de Janeiro executada no Império, e que possibilitaria a extinção da Lagoa da Sentinela e dos pantanais de São Diogo que se espalhavam até quase ao Campo de Santana. O Barão de Mauá foi chamado para a construir o canal , que foi inaugurado junto com a sua fábrica de gás para iluminação pública e doméstica nas proximidades da Praça Onze.
Arcos da Lapa
Desde o começo da instalação da cidade, foi o rio Carioca seu principal abastecedor de água potável.Em 1750 visando aproximar a fonte de água da cidade foi construido o Aqueduto da Carioca, abastecendo de água a região que compreendia o retângulo balizado pelos morros do Castelo, São Bento, Conceição e Santo Antônio. O projeto primitivo para o abastecimento de água previa a construção de um encanamento que se estendia ao longo dos morros do Silvestre e das Laranjeiras, até o do Desterro, atual Santa Teresa,prolongando-se em direção à Lapa indo terminar nas imediações da ermida da Ajuda.Com a alteração do traçado para abastecer um chafariz no largo da Carioca, tornou-se necessária a construção de um aqueduto ligando os morros de Santa Teresa e Santo Antônio, o que se obteve com a obra de arte chamada de Arcos da Carioca. O aqueduto consta de uma dupla fileira de arcadas, com 64 metros de altura e 270 de comprimento.Foi transformado em viaduto no ano de 1896, para ser usado como acesso dos bondes elétricos ao bairro de Santa Teresa.
Teatro Municipal
O Teatro Municipal, inaugurado em 1909, foi executado sob os traços de Francisco de Oliveira Passos, filho do prefeito Pereira Passos, que participou de concurso público, vencendo com o seu projeto.
Palácio Monroe
O majestoso Palácio Monroe, que figura em numerosos postais do final da Avenida Rio Branco, foi erguido em 1906 para a Terceira Conferência Paris Americana, servindo, posteriormente, para diversos órgãos públicos, sendo que o período mais significativo de sua existência foi quando abrigou o Senado Federal. Na década de 70 foi efetivada a demolição do Monroe, por motivos ainda não bem esclarecidos, uma vez que as obras de construção do Metrô (na época foi atribuido ao metrô a sua destruição...), evitaram suas fundações com uma curva em seu traçado , na época de sua destruição.
Avenida Rio Branco
A iniciativa de reformar o centro da cidade , construindo a Avenida Central , hoje com nome de Avenida Rio Branco , coube a Hausssmann pela prefeitura de Pereira Passos.Foi aberto um avenida com 1800 metros de comprimento e 33 metros de largura, exigindo a demolição de 590 velhos prédios.As obras foram iniciadas em 8 de março de 1904.Os canteiros que dividiam a Avenida Central tinham plantados árvores de Pau-brasil e os Jambeiros nas calçadas laterais.
Praça XV
A atual Praça XV de Novembro é um dos sítios históricos mais importante da cidade do Rio de Janeiro, devido aos acontecimentos ali ocorridos que afetaram significativamente os destinos do Brasil. O prédio do Paço Imperial foi inaugurado em 1743, por iniciativa de Gomes Freire de Andrade, depois Conde de Bobadela, com o nome de Paço dos Vice-Reis, contrariando uma ordem régia portuguesa que reservava tal designação apenas às residências reais. Ao fundo da praça figuram as importantes construções do Convento e da Igreja do Carmo e da Igreja da Ordem Terceira, antes Capela Real e depois Imperial. Construído pelo vice-rei Luís de Vasconcelos e Sousa (1779-1790), como réplica do cais do porto de Lisboa, permitia o desembarque de mercadorias e passageiros no então Largo do Paço, na época o coração do Rio.Mais tarde, em 1902, acrescentou-se outro cais ao primitivo que recebeu o nome de Cais Pharoux. O nome do cais está ligado a Louis Pharoux (Paris, 1791 - Paris, 1868), soldado de Napoleão que se tornou hoteleiro na Rua da Quitanda e depois na Rua Fresca, hoje desaparecida, que por sua conta e com autorização do governo executou diversas melhorias no cais de desembarque do Rio de Janeiro.

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